quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

É hora de investidores manterem uma postura conservadora

INSTABILIDADE ECONÔMICA

Segundo economistas, no mercado financeiro quanto maior o risco,
maior a chance de ganho

RUBENS SANTANA

Em tempos de instabilidades na economia mundial, economistas apontam as opções mais conservadoras de investimento como a melhor forma de guardar o dinheiro. Porém vai depender da época, das necessidades, do perfil do investidor e qual o melhor investimento. Aplicações em bolsa de valores, devido ao alto risco que representa atualmente, é afastada pelo economista André Mori, porém, ele ressalta que se o perfil do investidor se enquadrar em um perfil mais arrojado essa é a época. Segundo ele os períodos de crise, é uma época também pra se ganhar dinheiro. “No mercado financeiro quanto maior o risco, maior a chance de ganho” afirma.
Mori observa que para o investidor menos arrojado, uma das alternativas é a caderneta de poupança, por se tratar de uma aplicação de menor risco, mas por outro lado, ela proporciona uma das menores taxas de retorno. A rentabilidade é menor, mas tem suas vantagens como o rendimento líquido e não é tributado pelo Imposto de Renda, avalia o economista e professor.
O professor destaca também a necessidade dos investidores observarem as taxas administrativas, histórico de rentabilidade e o grau de risco da aplicação, isto, segundo ele, deve ser feito em todas as situações, independente da opção feita.

Bolsa de valores só para profissionais

A bolsa de valores, que até alguns meses era tida como sinônimo de retorno financeiro, foi afastado pelo economista para investidores com perfil menos arrojado. Na opinião de vários especialistas, a unanimidade foram as incertezas e instabilidades econômicas. Mori afirma que este é um mercado de alto risco e, no momento, é indicado apenas para os profissionais. A renda é variável e em um momento de turbulências como este não é uma boa opção, pois a pessoa pode ganhar ou perder. Se perder, não vai ter ninguém para ressarcir, avisa o economista.
A incerteza sobre a amplitude das consequências da crise financeira mundial também é citada pelo economista como motivo para os investidores manterem-se longe da bolsa de valores. Para ele, apenas quando a situação estiver mais controlada no cenário internacional é que as coisas começarão a se normalizar no Brasil. As oscilações estão muito altas e vão continuar acontecendo por um tempo, avisou.

Orientações necessárias

No mercado há muitas opções de investimentos e o perfil do investidor, assim como o volume de dinheiro disponível, devem ser levados em conta na hora da escolha. Para evitar escolhas equivocadas, o economista aconselha que os investidores procurem por alguma orientação e, quando possível, ouçam mais de uma opinião. Mori lembra que os funcionários de bancos, normalmente, também são vendedores inclusive com metas de venda a serem alcançadas no final de cada mês. Quando são questionados sobre opções de investimentos, o mais lógico é que eles ofereçam os produtos que são disponibilizados pelo banco. São aqueles que estão na prateleira e nem sempre levam em consideração o perfil do cliente, avisa o professor.
A figura do funcionário do banco como fonte de informações sobre opções de investimento também é vista com certa ressalva pelo economista. Para ele, o mais aconselhável é que, de acordo com o perfil e a necessidade de cada investidor, a pessoa mais indicada é o seu gerente pessoal ou um economista que atua no mercado financeiro.

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