Lucro informal
“Em uma noite, chegava a ganhar R$ 1 mil”, conta ex-traficante
RUBENS SANTANA
O consumo de drogas é um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo atual. Provoca sérias conseqüências na saúde individual, com dramáticas repercussões familiares, profissionais, sociais, econômicas e ambientais.
“Com certeza, o crack chegou para destruir. A cocaína dá dinheiro, mas não dá tão rápido. No crack, o vício é mais rápido. A rapaziada fumou aqui, não volta para casa, vai dar um jeito de pegar mais, até o corpo chegar ao limite. O crack dá muito mais dinheiro”, essas são as afirmações de André Ruas da Silva “Andrezinho”, 29 anos, ex-traficante, hoje evangélico, que “gerenciava” uma facção dominada pelo traficante Marlboro, que apontam esses fatores pelo aumento da venda de crack nas grandes e médias cidades brasileiras.
Segundo informações da Polícia Militar, a droga se mostrou, em muitos casos, mais rentável aos traficantes do que a venda de outras mais caras, como a maconha e a cocaína refinada. Em Montes Claros, por exemplo, um papelote de cocaína custa cerca de R$ 20, enquanto uma pedra de crack sai em média a R$ 5. Devido a esse fato, a característica do consumo, entretanto, pode fazer do crack uma oportunidade financeira mais atraente para o vendedor.
Um usuário de cocaína consumiria em uma noite dois ou três papelotes, enquanto que muitos dependentes do crack que procuram o Centro de Atenção Psicosocial de Álcool e Drogas (Caps AD) relatam que normalmente o viciado faz uso médio de 15 a 20 pedras por dia Na prática, o ex-traficante Andrezinho explica essa contabilidade: "Vou te falar a real, tinha noite, que a gente fazia R$ 1 mil. Só com pedra, pedrinha assim de R$ 5 e de 10. Dá dinheiro para quem está nesse meio, dá dinheiro, R$ 1 mil de lucro.
Se você anunciar que tem crack, neguinho vai bater na sua casa de manhã, à tarde, à noite, de madrugada. Não tem conversa". O efeito do crack é muito rápido. Aqui pelos lados do Santa Cecília, (bairro considerado como um grande ponto de venda de drogas), os usuário compram uma pedra a R$ 5, fuma, tem um efeito de 50 segundos, depois vem a compulsão que faz você procurar mais", reforça o ex-traficante de 29.
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